Transformação digital no ambiente de trabalho
As tecnologias emergentes apresentam enormes oportunidades para as organizações melhorarem a eficácia da sua força de trabalho. Para concretizar os ganhos ao seu dispor, as empresas precisam de incorporar agilidade organizacional e estar a postos para adotar rapidamente as novas tecnologias, criar condições para que os dados possam fluir livremente e garantir que a própria força de trabalho tem o conhecimento necessário para usar as novas ferramentas.
A rápida evolução da tecnologia na era digital significa que as organizações têm de estar preparadas para a mudança contínua das suas estruturas e processos, caso queiram ser bem-sucedidas. É sabido que as organizações líderes conseguem constantemente estar um passo à frente da concorrência ao obter as melhores novas ferramentas para a sua força de trabalho. Há lições importantes que os líderes empresariais têm de aprender se quiserem fazer o mesmo.
Em primeiro lugar precisam conhecer as mais recentes ferramentas, e que valor estas podem trazer ao negócio. Atualmente, é cada vez mais importante demonstrar aos utilizadores empresariais os tipos de tecnologia que estão a ficar disponíveis e o que é possível no contexto das mesmas, e deixá-los então envolverem-se com as mesmas e terem ideias sobre como elas podem ser usadas para mudar um processo ou um resultado.
Em segundo lugar, é necessário as empresas desenvolverem uma metodologia ágil para experimentar novas ferramentas. Para as organizações acompanharem a velocidade da inovação tecnológica, elas precisam de começar a olhar para os seus próprios processos para avaliar e implementar novas tecnologias, tendo em conta a velocidade. É importante não ficar preso a contratos de longo prazo, e os fornecedores de cloud oferecem, neste aspeto, maior flexibilidade.
Um dos problemas mais difíceis de resolver para os líderes TI quando acolhem novas tecnologias é como as integrar sem sobressaltos na infraestrutura TI existente, com outras novas aplicações e com os processos de negócio. Há uma clara necessidade de interoperabilidade entre aplicações, mas na realidade, quando os líderes empresariais solicitam diferentes ferramentas a um grande número de fornecedores, esta não é fácil de alcançar. Perante semelhantes desafios, há várias considerações chave de que não nos podemos esquecer.
Primeira: Criar uma loja de aplicações centralizada. O departamento TI será capaz de acrescentar valor através da disponibilização de uma série de aplicações alojadas que foram validadas pelos fornecedores de serviços para assegurar uma integração sem obstáculos, e divulgar isso pela organização de um modo geral.
Segunda: Integrar na cloud. À medida que as organizações exploram as aplicações de novas soluções digitais, as plataformas cloud podem fornecer maneiras menos dispendiosas e mais flexíveis de construir e integrar do que as soluções geridas nas instalações. Esta abordagem permite que os líderes tecnológicos rapidamente construam e implementem aplicações empresariais altamente personalizadas. Permite também que as empresas identifiquem qual a funcionalidade de que precisam e a desenhem na cloud, de forma a aproveitar interações entre as várias aplicações para criar um processo simples de ponta-a-ponta.
Terceira: Deixar as novas ferramentas criarem inovação nos processos. Cada vez mais, tudo se resume ao diálogo na disponibilização de aplicações. É eficaz fazê-lo de uma perspetiva de mudança no negócio, colocando o foco no processo de negócio e conversando sobre se, e como, as novas tecnologias permitem mudanças no processo, ao invés de tentar pegar no processo de negócio existente e simplesmente aplicá-lo a novas tecnologias.
Quarta: Use tecnologia de virtualização para salvar valiosas aplicações legadas. À medida que a infraestrutura TI tradicional tenta lidar com o aumento nos volumes de trabalho gerados pelas tendências tecnológicas emergentes, a virtualização pode permitir uma escalabilidade fácil, bem como a execução de aplicações legadas valiosas, independentemente dos sistemas operativos locais.
Embora a adaptação das estruturas e dos processos organizacionais seja crucial para acolher as tecnologias emergentes, estes esforços serão inúteis se as pessoas que compõem a organização não acompanharem o passo.
A complexidade de dar nova formação aos funcionários é ainda maior quando as organizações enfrentam um crescente hiato geracional na sua força de trabalho, o qual aumenta com o aumento da idade da reforma. Em 2020, o mercado de trabalho nos EUA vai ser composto por cinco gerações: tradicionalistas, baby boomers, geração X, geração Y e geração Z. Cada uma delas interage de forma diferente com a tecnologia e tem uma curva de aprendizagem distinta no que toca a novas ferramentas e plataformas digitais.
Os líderes tecnológicos vão precisar de desempenhar um papel chave para garantir que os trabalhadores estão preparados para a mudança, não só em termos de aprenderem a usar os novos dispositivos e sistemas, mas também em termos culturais mais latos – eles têm de ajudar os funcionários a desenvolver novos hábitos e rotinas enquanto desempenham a sua função com ferramentas que não lhes são familiares. Para serem bem-sucedidos neste campo, há dois aspetos principais que os líderes tecnológicos têm de ter em conta.
Primeiro, é necessário implementar programas de formação para educar os funcionários de múltiplas gerações a trabalhar com as novas tecnologias. A mensagem precisa de ser adequada a diferentes gerações: por exemplo, os millennials podem estar à vontade com as ferramentas de aprendizagem digital, mas os babyboomers requerem mais interação humana.
Segundo, há que mudar a cultura da organização, transformando os trabalhadores em early adopters. É fácil pensar que a transformação tecnológica está concluída quando as novas ferramentas foram integradas na infraestrutura TI existente, experimentadas e implementadas junto da força de trabalho. No entanto, é frequente que, depois de feito tudo isso, ainda haja pela frente a imensa tarefa de persuadir a força de trabalho a trocar formas de trabalho já conhecidas e com provas dadas por novos sistemas e ferramentas.
Joana Carneiro
Workplace Systems Business Development Manager da Fujitsu Technology Solutions