Estudo diz que privacidade é agora crítica para as organizações
O estudo Data Privacy Benchmark de 2022 da Cisco revelou que 90% dos 4.900 profissionais inquiridos considera a privacidade um imperativo empresarial.
A Cisco publicou o seu estudo Data Privacy Benchmark 2022, uma análise global anual das práticas empresariais relacionadas com a privacidade, o impacto desta nas organizações e os pontos de vista sobre a privacidade dos dados. A edição de 2022 revelou que a privacidade é um aspeto crítico, sendo que 90% dos inquiridos considera-a mesmo como um imperativo empresarial. O estudo mostrou ainda que o investimento na privacidade continua a aumentar e que as organizações têm um elevado retorno do investimento no que diz respeito às suas despesas neste âmbito.
A privacidade tornou-se um verdadeiro imperativo empresarial e um componente crítico da confiança dos clientes nas organizações em todo o mundo. Pelo segundo ano consecutivo, 90% dos inquiridos disse que não compraria a uma organização que não protegesse devidamente os seus dados, e 91% indicou que as certificações externas de privacidade são importantes no seu processo de compra.
“Com 94% das organizações a declarar que comunicam ao respetivo conselho de administração uma ou mais métricas relacionadas com a privacidade, e com o investimento em privacidade a aumentar e um orçamento médio elevado em 13%, não há dúvida de que a privacidade é cada vez mais importante para as organizações, independentemente da sua dimensão ou localização”, explicou, em comunicado, Harvey Jang, Vice President e Chief Privacy Officer da Cisco. “Vemos também a privacidade a tornar-se parte das competências e responsabilidades fundamentais dos profissionais de segurança. O estudo deste ano confirmou que alinhar a privacidade com a segurança cria vantagens financeiras e de maturidade em comparação com outros modelos”.
O retorno do investimento em privacidade permanece elevado pelo terceiro ano consecutivo, com benefícios acrescidos para as organizações de pequena e média dimensão. Mais de 60% dos inquiridos sentiu que estava a obter um valor empresarial significativo com a privacidade, sobretudo no que respeita à redução de atrasos nas vendas, à mitigação de perdas decorrentes de violações dos dados, à habilitação da inovação, à consecução de eficiência, à construção de relações de confiança com os clientes e à capacidade de tornar a sua empresa mais atrativa.
Os inquiridos estimam que o seu ROI corresponda, em média, a 1.8 vezes as despesas. Embora este valor continue a ser muito atraente, é ligeiramente inferior ao do ano passado (1.9 vezes as despesas). Isto pode dever-se às necessidades contínuas de resposta à pandemia, adaptação a novas legislações, incerteza sobre as transferências internacionais de dados e aumento dos pedidos de localização de dados.
A legislação sobre privacidade continua a ser muito bem recebida em todo o mundo, ainda que o cumprimento destas leis envolva frequentemente esforços e custos significativos (por exemplo, na catalogação de dados, manutenção de registos de atividades de tratamento dos dados, implementação de controlos como a privacidade desde a conceção ou a resposta a pedidos de utilizadores, etc.). Oitenta e três por cento de todos os inquiridos empresariais disse que as leis de privacidade tiveram um impacto positivo e apenas 3% que as leis tiveram um impacto negativo.
Dado que os governos e as organizações continuam a exigir uma maior proteção dos dados, estão a pôr em prática requisitos de localização de dados. Noventa e dois por cento dos inquiridos afirmou que esta se tornou uma questão importante para as suas organizações; mas tem um preço: em todas as zonas geográficas, 88% dos respondentes declarou que os requisitos de localização estão a acrescentar um custo significativo às suas operações.
Por último, quando se trata da utilização dos dados, 92% dos inquiridos reconhece que a sua organização tem a obrigação de utilizar os dados apenas de forma responsável. Quase outros tantos (87%) acreditam já ter processos implementados para garantir que a tomada de decisões automatizada é levada a cabo tendo em conta as expectativas dos clientes. Ainda assim, a edição de 2021 do Consumer Privacy Study da Cisco mostrou que muitas pessoas desejam mais transparência e 56% preocupa-se com a utilização de dados na IA e na tomada de decisões automatizada. Quarenta e seis por cento dos consumidores inquiridos relatou que não consegue proteger os seus dados de forma adequada, principalmente porque não compreende o que as organizações estão a recolher e a fazer com eles.
Fonte: IT Insight