Empresas sem cloud serão tão raras quanto as empresas sem Internet
O “cloud-first” e o “cloud-only” estão a substituir, segundo a Gartner, a estratégia de dizer não à cloud. Hoje, a maior parte da tecnologia mais inovadora é "cloud-centric", diz a consultora. “A cloud será cada vez mais, de forma standard, a opção para software deployment. O mesmo acontece para o software customizável, que é cada vez mais desenhado para variações da cloud, pública ou privada”, aponta Jeffrey Mann, research vice president na Gartner.
Isto não significa que tudo será cloud-based, com o receio a manter-se em alguns casos, alerta a Gartner. No entanto, desaparecerá o cenário em que nada é baseado em cloud.
A cloud híbrida será a mais comum, o que exigirá que a cloud pública seja integrada na estratégia das empresas.
A Gartner diz ainda que, em 2019, mais de 30% dos investimentos dos cem maiores vendors deixarão de ser cloud-first para serem apenas cloud ("cloud-only").
“Cada vez mais funcionalidades líder do edge IT estarão disponíveis apenas na cloud, forçando as empresas mais relutantes a adotá-la. Apesar de algumas aplicações e dados permanecerem em tecnologias mais antigas, as novas soluções serão cloud-based, o que aumentará a procura por infraestrutura de integração”, assegura Yefim V. Natis, vice-presidente e Gartner Fellow. “Empresas rígidas não podem produzir soluções de IT ágeis. À medida que a entrega passa a ocorrer via cloud, a maioria das empresas de IT terão de reorganizar-se para refletir as realidades do negócio do cloud computing: inovação contínua e mudança, integração difusa, prevalência da influência ao invés do controlo no relacionamento do IT com as linhas de negócio. Apesar de, historicamente, o maior concorrente dos service providers externos ter sido o próprio IT das empresas, com a mudança nos gastos e as reorganizações estruturais, bem como das realidades do negócio, os cloud providers estarão em condições de impor-se”.
Em 2020, mais poder computacional será comercializado por cloud providers de IaaS e PaaS do que por data centers implementados nas empresas.
O mercado de IaaS tem estado a crescer mais de 40% em receitas, ao ano, desde 2011, e projeta-se que continue a crescer mais de 25% ao ano até 2019. Por esta altura, a maioria das máquinas virtuais serão disponibilizadas via providers IaaS. Em 2020, as receitas provenientes de computação IaaS e PaaS serão superiores 55 mil milhões de dólares – e muito provavelmente irão ultrapassar as receitas dos servidores.
“Com o crescimento da computação bimodal e de ofertas de cloud providers, os data centres definidos por software tornaram-se menos importantes do que construir fortes competências de gestão multiprovider”, explica Thomas J. Bittman, vice president e analista na Gartner. “A não ser que sejam muito pequenos, a maioria dos negócios continuarão a ter recursos on-premises (ou alojados). Mas com a maioria do poder computacional a mover-se para os providers de IaaS, as empresas e os vendors têm de focar-se em gerir e alavancar a combinação híbrida do on-premises, off-premises, arquiteturas cloud e não cloud, com enfoque na gestão eficiente e eficaz de capacidades cloud-delivered”.
Fonte: IT Insight