E-commerce criou "consumidores sem fronteiras"
As vendas online não irão abrandar nos próximos anos e a eMarketer prevê que em 2019 o e-commerce seja já responsável por 12% das vendas globais. Para perceber de que forma os consumidores navegam na era do comércio conectado, a Nielsen realizou um estudo em 26 países que olha para forma como hoje se compra e que indica que o comércio eletrónico fora de fronteiras é um "fenómeno crescente".
De acordo com a Nielsen, os consumidores olham cada vez mais fora das suas fronteiras quando precisam de comprar bens online, com mais de metade (57%) dos inquiridos que realizaram compras online nos últimos seis meses a indicarem que compraram bens a um retalhista de outro país.
Mais, segundo o estudo, cerca de dois terços dos cidadãos da Europa Ocidental que responderam ao inquérito da Nielsen revelam que compram em retalhistas de outros países, com os italianos à frente (79%) com a maior percentagem de compras online fora do seu mercado doméstico.
"O retalho foi um dos últimos campos explorados pela globalização, mas a tecnologia está à dar aos consumidores acesso a um mundo de produtos até agora indisponível. A possibilidade de escolha é intensificada pelo e-commerce fora de fronteiras. Em muitos mercados em desenvolvimento, a crescente classe média está a exigir uma gama de produtos maior do que aquela disponível no seu mercado doméstico. Por outro lado, os consumidores de mercados desenvolvidos ganham acesso a um leque de produtos diretamente provenientes de empresas estrangeiras, frequentemente com descontos significativos e superiores aos que conseguiriam domesticamente", explica Patrick Dodd, Presidente da Nielsen global retailer vertical. Como explica a Nielsen, com esta grande oportunidade para os retalhistas vêm também alguns desafios: "a experiência de compra tornou-se num diferenciador chave entre marcas". E otimizar essa experiência de compra começa, segundo a Nielsen, "num entendimento profundo do mercado local, das infraestruturas de entrega, da adoção e utilização de tecnologia, dos sistemas financeiros e dos requisitos regulatórios". De resto, o estudo indica que os métodos de pagamento mais utilizados pelos consumidores participantes no estudo são o cartão de crédito (53%) e os sistemas de pagamento digitais (43%). No caso dos mercados em desenvolvimento, os pagamentos no ato da entrega da encomenda são ainda muito comuns. Para além disso, 49% dos inquiridos revelam que compram online produtos alimentares que não conseguem encontrar nas lojas físicas e 57% assumem que ainda têm dúvidas de que os sites de e-commerce garantem a segurança e a confidencialidade dos seus dados pessoais.