Perfil e importância das start-ups em Portugal
Segundo o estudo “Empreendedorismo 2007-2015” realizado pela Informa D&B, estas start-ups (empresas no primeiro ano de vida) correspondem a uma média de 47 mil empreendedores por ano; destes, 64% são empresários pela primeira vez; e 76% assumiram a gestão das empresas que criaram.
Em muitos casos, estas empresas marcam tendências e estão à frente em indicadores seja na criação de emprego, na presença feminina em cargos de direção ou pelo seu perfil exportador, que surge cada vez mais no ADN das empresas, em muitos casos logo no primeiro ano de atividade.
1. Altos e baixos na criação de start-ups
Entre 2008 e 2012 registou-se uma queda nas constituições de empresas, com exceção no ano de 2011, em que a possibilidade de constituição de empresas com capital social mínimo de um euro por sócio impulsionou os nascimentos. Em 2013, tem início um ciclo de expansão e 2015 (com 35 555 start-ups) foi o melhor ano para o empreendedorismo em Portugal, com o maior número de constituição de novas empresas desde 2007.
De 2010 a 2014, 94% das start-ups foram fruto de iniciativa individual, tendo como sócios exclusivamente pessoas singulares (empreendedores), com as entidades investidoras a entrarem no capital de apenas 6% destas empresas.
2. Percurso das start-ups – volume de negócios e número de empregados
As start-ups crescem mais nos primeiros anos de idade. Quanto ao volume de negócios, o crescimento médio é de 136% no primeiro ano, triplica após dois anos de atividade e é quase cinco vezes maior no final do sétimo ano. Quanto ao número de empregados, as empresas crescem de modo menos acelerado, com uma média de 34% no primeiro ano, duplicando apenas após sete anos de atividade da empresa.
3. Primeiros anos são cruciais – taxas de sobrevivência
Os primeiros anos são fundamentais para a sobrevivência das start-ups. Entre 2007 e 2015, cerca de dois terços das empresas sobreviveram ao primeiro ano de atividade, mais de metade (52%) ultrapassam o terceiro ano e 41% sobrevivem ao quinto ano, atingindo a idade adulta. No sétimo ano, apenas um terço das empresas mantém atividade.
4. Taxa de sobrevivência das start-ups é diferente conforme o sector
A capacidade de sobrevivência das start-ups é distinta de acordo com o sector de atividade: metade dos sectores tem uma taxa de sobrevivência superior à do universo empresarial. Agricultura, pecuária, pesca e caça é o sector com a taxa de sobrevivência mais elevada. Alojamento e restauração e Construção são os sectores com start-ups com taxas de sobrevivência mais baixas.
Os 3 sectores onde nascem mais empresas registam taxas de sobrevivência muito distintas no final do 5º ano, com os Serviços e o Retalho com 44% e 40%, respetivamente, e Alojamento e Restauração com a taxa de sobrevivência mais baixa do universo empresarial (33%).
5. Assimetrias regionais e setoriais das start-ups
O sector dos Serviços lidera em start-ups em todas as regiões do país, com destaque para a Área Metropolitana de Lisboa, com 34,8%. Esta região concentra também muitas start-ups dos sectores do Retalho e Alojamento e restauração. Na região Norte, apesar da liderança dos Serviços, há um peso significativo do Retalho, Indústrias Transformadoras e Construção.
6. Start-ups criaram quase um quinto do novo emprego
As start-ups foram responsáveis por 18% do novo emprego gerado entre 2007 e 2014 no tecido empresarial. Se acrescentarmos as empresas até aos cinco anos de idade, a percentagem sobe para os 46%.
7. Mulheres lideram mais nas start-ups
É nas empresas mais jovens que há maior proporção de mulheres no topo. Nas start-ups a gestão e liderança femininas atingem 35,2% e 32,3%, respetivamente.
8. Que países investem mais nas start-ups em Portugal?
Mais de um quarto das start-ups com controlo de capital estrangeiro são espanholas e americanas, o que difere do total de empresas com capital estrangeiro em que Espanha também lidera, mas seguida pela França.
Fonte: HR Portugal